Quantcast
Channel: Notas Musicais
Viewing all articles
Browse latest Browse all 4098

Série 'Show de bola' mapeia música do Brasil em anos de campeonatos

$
0
0
Mais um produto fonográfico lançado no mercado nacional de olho no lance de a Copa do Mundo de 2014 estar sendo disputada no Brasil, a série Show de bola-A trilha sonora do futebol mapeia - dentro dos limites de coletâneas e das possibilidades de licenciamentos de fonogramas de outras gravadoras - a música consumida no Brasil nos anos em que o país se sagrou vitorioso em Copas do Mundo. São cinco CDs vendidos de forma avulsa pela gravadora Warner Music. Cada disco traz gravações em evidência nos cinco anos - 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002 - em que a seleção brasileira chegou à final e saiu de campo com a taça de campeão. Capitaneada por Charles Gavin, as seleções das cinco compilações retratam - ainda que de forma superficial - a evolução da música brasileira a partir dos anos 1950. O primeiro disco, 1958 campeão, prioriza o samba, o samba-canção e os ritmos nordestinos que estavam em voga na década de 1950. Gravações como as de Acertei no milhar (de Wilson Batista e Geraldo Pereira, com Moreira da Silva), Balada triste (de Dalton Vogeler e Esdras da Silva, na voz de Ângela Maria), Coco do Norte (de Rosil Cavalcanti, com Jackson do Pandeiro) e Meu mundo caiu (de e com Maysa) exemplificam a música do Brasil pré-Bossa Nova. João Gilberto somente revolucionaria essa música com a histórica gravação de Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes), feita em julho de 1958, um mês após a disputa da Copa sediada na Suécia. O que explica e justifica plenamente o fato de a Bossa Nova aparecer na série Show de bola somente no CD dedicado às gravações de 1962, ano do bicampeonato brasileiro. No CD 1962 bicampeão, o som derivado da Bossa Nova entra em campo com gravações de Tem dó de mim (de e com Carlos Lyra), Batida diferente (de Durval Ferreira e Maurício Einhorn, no toque do Tamba Trio), Só danço samba (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, com Juarez e seu Conjunto) e Nós e o mar (de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, na voz de Maysa), entre fonogramas de outros ritmos. Por sua vez, o CD 1970 tricampeão já reflete o domínio instantâneo da MPB surgida e consolidada na era dos festivais a partir de 1965. O gênero está representado na coletânea pelos registros de Apesar de você (de e com Chico Buarque), Vou deitar e rolar (Quaquaraquaqua) (de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, na voz emblemática de Elis Regina) ePara Lennon & McCartney (Lô Borges, Márcio Borges e Fernando Brant, com Milton Nascimento). Já o CD 1994 tetracampeão evidencia o legado da geração pop que surgiu nos anos 1980 e ganhou ramificações na década de 1990. E aí a série marca uma falta ao creditar o álbum O chamado, de Marina Lima, como de 1994 quando, na realidade, o disco chegou às lojas no fim de 1993. Mas a seleção é boa, reunindo gravações de Cássia Eller (1962 - 2001), Chico Science & Nação Zumbi - representados por A praieira (Chico Science), faixa do álbum Da lama ao caos - e Skank (Te ver, hit do álbum Calango). Por fim, a coletânea 2002 pentacampeãoexpõe - em seleção que mistura Arlindo Cruz & Sombrinha, Fernanda Porto, Wilson Simoninha e Zeca Baleiro, entre outros - a saudável diversidade e a segmentação mercadológica que pautam a música (popular?) brasileira a partir dos anos 2000.

Viewing all articles
Browse latest Browse all 4098

Trending Articles