♪"Não me arrependo de nada", disse Maria Bethânia, em bom português, após cantar - no original, em francês - Non, je ne regrette rien (Charles Dumont e Michel Vaucaire, 1956), canção que virou espécie de epitáfio da vida e obra da cantora francesa Edith Piaf (1915 - 1963). No caso de Bethânia, Non, je ne regrette rien está no roteiro de Abraçar e agradecer - show que estreou ontem, 10 de janeiro de 2015, na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ) - como uma reafirmação da vida, de seu canto e de suas escolhas ao longo de 50 anos de carreira sempre coerente com os princípios e ideais da intérprete baiana. O público que lotou a casa Vivo Rio aplaudiu Bethânia de pé quando ela recitou em português a letra da canção francesa no show em que, sob a direção de Bia Lessa e com produção musical de Guto Graça Mello, Bethânia - vista na foto de Rodrigo Goffredo com o segundo dos dois figurinos de Gilda Midani - apresentou músicas inéditas como Voz de mágoa (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro) e Viver na fazenda (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro), além de Eu te desejo, amor - versão de Nelson Motta de canção do repertório do cantor francês Charles Trenet (1913 - 2001). Eis o roteiro seguido por Maria Bethânia em 10 de janeiro de 2015 na estreia nacional do show Abraçar e agradecer na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ), cidade aonde, em 13 fevereiro de 1965, a intérprete estreou no show Opinião, dando o primeiro passo marcante numa carreira que já completa cinco décadas, ora festejadas no palco:
Ato 1
1. Eterno em mim (Caetano Veloso, 1996)
* Texto de autoria de Maria Bethânia
2. Dona do dom (Chico César, 2001)
3. Gita (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1974)
4. A tua presença morena (Caetano Veloso, 1971)
5. Nossos momentos (Caetano Veloso, 1972)
* Texto de autoria de Clarice Lispector
6. Começaria tudo outra vez (Gonzaguinha, 1976)
7. Voz de mágoa (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 2015)
8. Gostoso demais (Dominguinhos e Nando Cordel, 1986)
9. Bela mocidade (Donato Alves e Francisco Nava, 1997)
10. Alegria (Arnaldo Antunes, 1995)
11. Você não sabe (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1983)
12. Dindi (Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira, 1959)
13. Tatuagem (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973)
14. Meu amor é marinheiro (Alan Oulman sobre versos de Manuel Alegre, 1974)
15. Todos os lugares (Sueli Costa e Tite de Lemos, 1996)
* Texto Depois de uma tarde..., de Clarice Lispector (1920 - 1977)
16. Rosa dos ventos (Chico Buarque, 1971)
Intervalo
17. Até o fim (Chico Buarque, 1978) /
18. O quereres (Caetano Veloso, 1984) /
19. Qui nem jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1950)
Ato 2
20. Viramundo (Gilberto Gil e José Carlos Capinam, 1967)
21. Tudo de novo (Caetano Veloso, 1978)
22. Doce (Roque Ferreira, 2008)
23. Oração de Mãe Menininha (Dorival Caymmi, 1972)
24. Eu e água (Caetano Veloso, 1988)
25. Agradecer e abraçar (Gerônimo e Vevé Calazans, 1999)
26. Vento de lá (Roque Ferreira, 2007) /
27. Imbelezô eu (Roque Ferreira, 2014)
28. Folia de Reis (Roque Ferreira, 2014)
29. Mãe Maria (Custódio Mesquita e David Nasser, 1943)
* Texto Câmara de ecos, de Waly Salomão (1943 - 2003)
30. Eu, a viola e Deus (Rolando Boldrin, 1979)
* Texto Candeeiro, de Carmen L. Oliveira
31. Casa de caboclo (Roque Ferreira e Paulo Dafilin, 2014)
32. Alguma voz (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 2014)
* Maracanandé (canto tupi) - na voz de Márcia Siqueira
33. Xavante (Chico César, 2014)
34. Povos do Brasil (Leandro Fregonesi, 2014)
35. Motriz (Caetano Veloso, 1983)
* Texto Prece, de Clarice Lispector (1920 - 1977)
36. Viver na fazenda (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 2015)
37. Eu te desejo, amor (Charles Trenet em versão de Nelson Motta, 2015)
* Texto Sou eu mesmo o trocado, de Fernando Pessoa (1888 - 1935)
38. Non, je ne regrette rien (Charles Dumont e Michael Vaucaire, 1956)
39. Silêncio (Flávia Wenceslau, 2015)
40. Carcará (João do Vale e José Cândido, 1964) - instrumental banda com trecho cantado
Bis 1:
41. Brincar de viver (Jon Lucien e Guilherme Arantes, 1983)
Bis 2:
42. O que é o que é (Gonzaguinha, 1982)