♪ Maria Bethânia sempre apreciou e cantou as belezas de Portugal. Inclusive o fado, gênero que identifica a Terrinha no mapa-múndi musical. Por isso, a presença da intérprete baiana no recém-lançado álbum duplo da cantora portuguesa Mísia, Para Amália, soa perfeitamente natural. Neste disco em que Mísia reverencia a voz soberana do fado de Lisboa, Amália Rodrigues (1920 - 1999), Bethânia canta uma das quatro músicas inéditas do álbum, produzido pela própria Mísia e já disponível no mercado fonográfico brasileiro em edição da Warner Music. A cantora brasileira dá voz a Amália sempre e agora, música de Mário Pacheco com letra de Amélia Muge, que saúda Amália com versos como"Voz de uma moira encantada / De uma rosa no deserto / De um trovão em céu aberto". Música que abre o segundo dos dois discos, Amália sempre e agoraé fado valorizado pelo canto de Bethânia, cuja voz amplia o sentido de versos como "Uivo na estepe que chora / Amália sempre e agora". Cabe lembrar que, desde 1970, ano em que gravou o fado brasileiro Os argonautas (Caetano Veloso, 1969), a música de Portugal sempre esteve presente em vários álbuns de Bethânia. Em Drama (Philips, 1972), por exemplo, a cantora deu voz ao fado Maldição (Alfredo Duarte e Armando Vieira Pinto, 1950), do repertório de Amália Rodrigues, de quem gravou Estranha forma de vida - fado de 1962 que tem letra de Amália e música de Alfredo Rodrigo Duarte (1891 - 1982), o Alfredo Marceneiro - no disco ao vivo Nossos momentos (Philips, 1982) após ter batizado o show que fez em 1981 com o nome do popular fado de Amália Rodrigues.
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