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Em cena, 'Modinhas' de Érika ganham ruídos e perdem sutilezas do disco

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Resenha de show
Projeto: Ruído novo
Título: Modinhas
Artista: Érika Martins (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Oi Futuro Ipanema (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 30 de maio de 2014
Cotação: * * * 

Em seu segundo e melhor álbum solo, Modinhas (Coqueiro Verde Records, 2014), a cantora e compositora Érika Martins partiu desse estilo de canção melancólica - de origem portuguesa - para cantar músicas novas e antigas com sons contemporâneos que, de certa forma, traduzissem e atualizassem o estado de espírito desse gênero identificado com o passado remoto da música brasileira. No show Modinhas, norteado pelo repertório do disco, essas músicas ganham peso ao mesmo tempo em que perdem as sutilezas e delicadezas do disco. Ficou difícil identificar, por exemplo, a poesia solene da Modinha (Serestas - Peça nº 5) (Heitor Villa-Lobos e Manuel Bandeira, 1925) na atmosfera hard do arranjo do show, apresentado no teatro do Oi Futuro Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ), dentro do projeto Ruído novo. Já na abertura do show, Érika amplificou a ambiência noise com que abordou Modinha (A rosa) (Sérgio Bittencourt, 1968) no CD. Por conta da pressão dos arranjos, geralmente situados dentro do universo roqueiro, o solo vocal de Bonita (2014) não fez jus ao título dessa balada do compositor carioca Marcelo Frota, o MoMo. Contudo, os ruídos do show - pertinentes em alguns números - jamais impediram a percepção da observação espirituosa feita por Tom Zé em A curi (2014), música que o compositor baiano deu a Érika  para o álbum Modinhas motivado pela leitura roqueira que a artista tinha feito - quando ainda integrava a já desativada banda baiana Penélope - de sua seminal canção Namorinho de portão (Tom Zé, 1968), revivida aliás no show em número que resultou num dos melhores momentos da apresentação de 30 de maio de 2014. Recorrente em vários números do show, a presença do tecladista convidado Humberto Barros se mostrou especialmente necessária em Dar-te-ei (Marcelo Jeneci, Helder Lopes, José Miguel Wisnik e Verônica Pessoa, 2010) - canção em que Marcelo Jeneci explicita sua devoção ao Roberto Carlos da Jovem Guarda - e no rock Você não serve pra mim (Renato Barros, 1967), hit do Rei nas jovens tardes de domingo com o qual a cantora arrematou o bis. Entre esses dois números que evocam a era do iê-iê-iê romântico, Érika apresentou com "clima David Lynch" a sedutora e tristonha balada Garota, interrompida (Érika Martins e Luis Pereira, 2014), destaque da safra autoral do álbum Modinhas. No bis, dois pop rocks da lavra do compositor gaúcho Pedro Veríssimo - Rolo compressor (Pedro Veríssimo e Fernando Aranha, 2014) e Sacarina (Pedro Veríssimo e Iuri Freiberger, 2009), este do primeiro disco solo da cantora, projetada nos anos 1990 como vocalista da banda baiana Penélope - reiteraram a sensação de que o show Modinhas foi entrando progressivamente no tom, entre perdas (de sutilezas) e ganhos (de ruídos), causando boa impressão ao espectador.

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