♪ O carioca Orlando Garcia da Silva (3 de outubro de 1915 - 7 de agosto de 1978) poderia ter sido mais um Silva na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Mas não foi. Orlando Silva - que completaria 100 anos neste sábado, 3 de outubro de 2015 - venceu como cantor (após trabalhar como operário e trocador de ônibus) e se fez ouvir em todo o Brasil. E, como cantor, Orlando conseguiu ser grande o suficiente para estar sendo saudado hoje na mídia nacional por conta do centenário de seu nascimento. Mas a grandeza de Orlando Silva, como cantor, reside no seu curto período áureo, que vai de 1935 a 1942. Não por acaso, as 18 músicas selecionadas pelo cantor cearense Zé Guilherme para o disco Abre a janela - Zé Guilherme canta Orlando Silva - único tributo fonográfico aos 100 anos de nascimento do intérprete - foram gravadas por Orlando nessa irretocável fase inicial. No seu apogeu, Orlando Silva fez história com sua voz de belo timbre, uma afinação impecável e uma técnica exemplar de respiração. A ponto de ter ganhado a admiração de João Gilberto, o baiano bossa nova que iria revolucionar a música brasileira e o próprio conceito de canto a partir de 1958. Em tese, Orlando e João transitavam por universos musicais distintos. Mas Orlando, como João, tinha a capacidade de interpretar sem fazer drama. Seu repertório - que incluía valsas, sambas, foxes, serestas e sambas-canção - até podia ser melodramático. Contudo, na voz de Orlando Silva, toda melodia sentimental soava natural. Problemas com drogas como a morfina, agravados a partir de meados da década de 1940, empanaram o brilho da voz de Orlando. Mas o cantor que, no auge de forma vocal, lançou músicas como Aos pés da cruz (Marino Pinto e Zé da Zilda, 1942), Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro, 1937) - apresentando a letra escrita por Braguinha (1907-2006) para a melodia do choro-canção de Pixinguinha (1897-1973) - e Lábios que beijei (J. Cascata e Leonel Azevedo, 1937) continua grande, imortal, na memória musical nacional.
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Orlando Silva - cantor que hoje faria 100 anos - continua grande por seu auge
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Suingue da guitarra de Davi Moraes é teleco-teco do 'Samba de Maria' no Rio
Resenha de show
Título:Samba de Maria
Artista: Maria Rita (com Davi Moraes na foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Miranda(Rio de Janeiro, RJ)
Data: 6 de outubro de 2015
Cotação: * * * * 1/2
♪ Show em cartaz às terças-feiras na Miranda, no Rio de Janeiro, até 20 de outubro de 2015
Título:Samba de Maria
Artista: Maria Rita (com Davi Moraes na foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Miranda(Rio de Janeiro, RJ)
Data: 6 de outubro de 2015
Cotação: * * * * 1/2
♪ Show em cartaz às terças-feiras na Miranda, no Rio de Janeiro, até 20 de outubro de 2015
♪"Samba nasce em qualquer lugar / ... / Quando se tem ao lado um alguém / Com esse ritmo que é nosso também", sentenciam versos de Teleco-teco nº 2 (Nelsinho e Oldemar Magalhães, 1960), sambalanço lançado na voz de Elza Soares em disco editado há 55 anos. Ao abrir ontem a roda de seu projeto paralelo Samba de Maria, show em cartaz às terças-feiras na casa carioca Miranda até 20 de outubro de 2015, a cantora paulistana Maria Rita tinha ao seu lado um alguém - o guitarrista carioca Davi Moraes - que simulava com suingue, no toque percussivo de seu instrumento, a cadência bonita do ritmo que ditou o compasso do show do início ao fim. O balanço da guitarra serelepe de Davi Moraes foi o teleco-teco que deu o toque diferenciado de músicas como Alto lá (Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Sombrinha, 2000), samba gravado por Rita no Sambabook de Zeca Pagodinho e incluído no roteiro flexível. A ponto de a própria cantora saudar o toque da guitarra de Davi em certo momento do show, feito por Maria Rita com os músicos André Siqueira (percussão), Fred Camacho (instrumentista polivalente que se vira bem no toque do cavaquinho, do violão e do bandolim, entre outros instrumentos) e Marcelinho Moreira (bamba das percussões). Os músicos brilharam e o suingue da guitarra de Davi saltou aos ouvidos. Mas a estrela absoluta do Samba de Maria foi a própria Rita, apresentada com justiça por Zé Ricardo (atual diretor artístico da casa Miranda) como "uma das grandes cantoras do Brasil" e saudada pelo público com adjetivos gritados ("Gostosa!", "Maravilhosa!") desde que apareceu no pequeno palco da Miranda, no qual se acomodou, sentada, com seu quarteto virtuoso. E o samba nasceu naquele lugar improvável com o som de uma voz que não nasceu no samba, mas no samba se criou e com ele tem seguido seu caminho como cantora. Aberto na estreia com um sucesso de Zeca Pagodinho, Quando a gira girou (Serginho Meriti e Claudinho Guimarães, 2006), Samba de Maria não é uma roda de samba à moda dos nobres quintais cariocas. O formato é o de um show convencional. Mas a animação foi típica de uma roda quando o público fez coro espontâneo, em alto e bom som, em sambas como Num corpo só (Arlindo Cruz e Picolé, 2007) e É (Gonzaguinha, 1988), número empolgante do fim do show. Para quem já vem caindo no samba com Maria Rita em shows anteriores, o ineditismo deste Samba de Maria reside nos momentos em que a cantora vai além dos repertórios de seus dois álbuns dedicados ao samba - sendo que, na estreia, as músicas do popular Samba meu (Warner Music, 2007) dominaram e esquentaram show em que o mais recente Coração a batucar (Universal Music, 2014) somente foi lembrado com Rumo ao infinito, samba composto pelo recorrente Arlindo Cruz em parceria com Fred Camacho e Marcelinho Moreira, e com Saco cheio (Dona Fia e Marcos Antônio, 1981), pérola do pagode pescada por Maria Rita na discografia de Almir Guineto. O que não chegou a ser uma surpresa, já que Coração a batucar - embora superior a Samba meu tanto pela coesão do repertório quanto pelo refinamento dos arranjos - soou menos pé no chão do que o disco de 2007. Mas o Samba de Maria põe novidades na roda. A maior delas - por ser uma música ainda inédita em disco - é Cutuca, samba composto por Davi Moraes com Fred Camacho e Marcelinho Moreira que não chegou a empolgar em sua primeira apresentação pública. Quem incendiou a plateia foi o já velho Cara valente (Marcelo Camelo, 2003), samba no qual a cantora - de comprovada valentia vocal - experimentou distintas entonações ao repetir o verso "Ele não é de nada". Novidade na voz de Maria, Beijo sem (2010) se confirmou o samba mais inspirado da lavra linear de Adriana Calcanhotto no gênero. Já Tradição (1993) - sucesso do compositor paulistano Geraldo Filme (1928 - 1995), notório bamba de Sampa - abriu bloco dedicado ao samba nascido na cidade de São Paulo (SP). Após cantar trecho de Simplesmente Elis - A fábula de uma voz na transversal do tempo (Zeca do Cavaco, Zé Carlinhos e Ronaldo FQD), samba-enredo com o qual a escola Vai Vai celebrou os 70 anos de sua mãe Elis Regina (1945-1982) no Carnaval de 2015, Maria Rita acertou o tom melancólico de Saudosa maloca, reproduzindo inclusive a prosódia gramaticalmente errada deste clássico do repertório do compositor Adoniran Barbosa (1910-1982), ícone do samba de Sampa. Número herdado do show Coração a batucar (2014 / 2015), ainda em turnê pelo Brasil, Do fundo do nosso quintal (Jorge Aragão e Alberto Souza, 1987) ratificou a naturalidade com que Maria Rita cai num samba que também é seu. O Samba de Maria contagia pela voz da (grande) cantora, pela cozinha azeitada e pelo teleco-teco da guitarra de Davi Moraes.
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Musical 'Mondo Machete' segue a rota viajante de shows anteriores de Silvia
Resenha de musical
Título:Mondo Machete
Texto: Filipe Miguez
Direção: Cesar Augusto
Direção musical: Fabiano Krieger
Elenco:Silvia Machete (em foto de Cristina Granato), Fabiano Lacombee Thadeu Matos
Cotação:* * 1/2
♪ Espetáculo em cartaz no Teatro dos Quatro, no Rio de Janeiro (RJ), de quinta-feira a
Título:Mondo Machete
Texto: Filipe Miguez
Direção: Cesar Augusto
Direção musical: Fabiano Krieger
Elenco:Silvia Machete (em foto de Cristina Granato), Fabiano Lacombee Thadeu Matos
Cotação:* * 1/2
♪ Espetáculo em cartaz no Teatro dos Quatro, no Rio de Janeiro (RJ), de quinta-feira a
domingo, até 1º de novembro de 2015
♪ Musical estrelado pela cantora carioca Silvia Machete, em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) até 1º de novembro de 2015, Mondo Machete segue rota extravagante já percorrida pela artista em shows anteriores. Mas o texto de Filipe Miguez é original e conta a história viajante de uma estrela pop brasileira de fama internacional que acaba enredada em trama de espionagem que envolve a CIA. Exposto em cena de forma basicamente narrativa, na voz da própria Silvia Machete, o enredo é pretexto para cenas em países como Estados Unidos, México, Cuba e França. A propósito, o pic nic armado em Paris soa déjà vu para quem assistiu ao show anterior da cantora, Souvenir (2014). A sensação de déjà vué amplificada pelo fato de o roteiro musical - seguido por Silvia na companhia da banda Carecas do Saber - ser quase uma colagem de composições já interpretadas pela (ótima) cantora em shows anteriores. Há uma ou outra novidade, como Agito e uso (Angela Ro Ro, 1979), endiabrada música que a personagem protagonista da trama interpreta quando está presa nos Estados Unidos. Mas não a ponto de tornar Mondo Machete uma experiência musicalmente inédita para quem acompanha a trajetória de Silvia nos palcos. A viagem teatralizada inclui escalas que possibilitam à artista mostrar suas habilidades circenses, refazendo as habituais cenas no bambolê e no trapézio, este utilizado no número final em que a cantora dá sua bela voz à música portuguesa intitulada Trapézio (Jorge de Palma, 2001). Dentro das sutis novidades do roteiro musical, a canção La paloma (1863) - tema do compositor espanhol Sebastián Yradier (1809 - 1865) que atravessa séculos sem sair do imaginário coletivo mundial - sobrevoa o enredo do musical, sendo ouvida até em versão em inglês (escrita por Don Robertson e Hal Blair) na voz do ator Fabiano Lacombe, intérprete também de Hound dog (Jerry Leiber e Mike Stoller, 1953). Aliás, algumas interações de Machete com os atores Fabiano Lacombe e Thadeu Matos - hábeis ao se desdobrarem em várias personagens ao longo da encenação do enredo - são interessantes porque Mondo Machete reproduz em algumas cenas o humor espirituoso de Silvia. A questão é que, como roteiro musical já é bastante conhecido na voz da artista por conta da inclusão de músicas como Toda bêbada canta (Silvia Machete, 2006) e Sucesso, aqui vou eu (Rita Lee e Arnaldo Baptista, 1970), Mondo Machete somente reproduz de forma mais teatralizada a estética dos shows da cantora. E, quando há oportunidade de mostrar todo seu talento vocal, ao cantar uma música como Back to black (Amy Winehouse e Mark Ronson, 2006), Machete vai menos fundo do que poderia, envolvida pela atmosfera de leveza do musical dirigido por Cesar Augusto. Enfim, Silvia Machete é uma excelente cantora. Mas já passa da hora de fazer um show sem humor e sem armar o circo para que a voz da cantora seja a protagonista de seu mundo musical, assumindo o lugar atualmente ocupado pela irreverência da artista. Silvia Machete tem voz. Falta é coragem para desbravar um novo mundo...
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Com trio de Dudu Lima, Milton dá outro mergulho no jazz com CD 'Tamarear'
Resenha de CD
Título:Tamarear
Artista: Milton Nascimento e Dudu Lima Trio
Gravadora: MP,B Discos / Som Livre
Cotação: * * * 1/2
Título:Tamarear
Artista: Milton Nascimento e Dudu Lima Trio
Gravadora: MP,B Discos / Som Livre
Cotação: * * * 1/2
♪ Desde sempre embutido na arquitetura original do cancioneiro de Milton Nascimento, a ponto de o cantor e compositor carioca já ter gravado em 1974 álbum com o saxofonista norte-americano Wayne Shorter, o jazz dá o tom de Tamarear, álbum que junta o artista de alma mineira com o trio do baixista - mineiro de nascimento - Dudu Lima. Virtuose no toque do baixo, Dudu Lima sempre fez conexões com a obra de Milton em seus discos, alguns gravados com a participação deste gênio da MPB. Mas Tamarearé o primeiro álbum que assinam juntos. Gravado em vários estúdios entre julho e outubro de 2014, sob a direção musical de Dudu, o álbum alude no título ao projeto Tamar, criado para evitar a extinção de espécies raras de tartarugas marinhas. Tamarearé também o nome da música inédita composta por Guy Marcovaldi para o disco e gravada com o toque da guitarra de Stanley Jordan, músico norte-americano de jazz. Milton cita verso da canção praieira O mar (Dorival Caymmi, 1940) no canto do tema. Mas, por mais que apresente algumas músicas inéditas no repertório (nenhuma da lavra de Bituca), Tamarear se sustenta na recriação do cancioneiro de Milton com a liberdade do jazz. Sim, nada é como antes, embora pareça. Dos sete minutos da atual regravação de Clube da esquina nº 2 (Milton Nascimento, Lô Borges e Fernando Brant, 1972), dois minutos e meio são puro jazz. A partir dos três minutos, a faixa fica instrumental e propicia o exercício do jazz pelo trio de Dudu Lima, formado pelo baixista com Leandro Scio (bateria e percussão) e Ricardo Itaborahy (piano e teclados). Gran circo (Milton Nascimento e Márcio Borges, 1975) já é armado com lona jazzística desde o início do registro. Tamarearé disco para quem fala a língua do jazz. Para quem não domina o idioma, o álbum poderá ser visto como uma coleção de regravações menos sedutoras do cancioneiro de Milton - até porque a voz do cantor já perdeu o viço e a potência dos áureos tempos. A perda é evidente em músicas como Fé cega, faca amolada (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1974). Mas a qualidade alta dos arranjos do disco torna insignificante tal perda. De todo modo, mesmo nos tons outonais da maturidade, Milton ainda continua sendo um senhor cantor, como reiteram os registros de Um cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco (Milton Nascimento e Leila Diniz, 1980) - tema que começa acústico (com o violão de Milton), cai no toque largo do baixo de Dudu Lima e culmina com a récita dos versos da letra pelo cantor - e Meditação (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959), clássico da Bossa Nova que ganha uma de suas abordagens mais jazzísticas. Ambientado dentro dessa atmosfera, o inédito tema instrumental Belafonte (Dudu Lima) - gravado com sons das águas do oceano, captados por Pauly Di Castro para o projeto Tamar - expõe a limpidez do toque da guitarra de Stanley Jordan, convidado da faixa na qual Milton recita o poema Sem fronteiras (Guy Marcovaldi). Enfim, Tamarearé mais um mergulho de Milton Nascimento nas águas do jazz. Quem sabe nadar em tais águas entenderá a profundeza do mergulho dado no disco.
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Caixa embala edições em vinil dos quatro álbuns editados por Chico na RGE
♪ A Polysom vai lançar em novembro de 2015 uma caixa com edições em vinil (de 180 gramas) dos quatro álbuns lançados pelo cantor e compositor carioca Chico Buarque na extinta gravadora RGE. Fabricada sob licença da Som Livre, companhia fonográfica herdeira do acervo da RGE, a caixa Chico Buarque de Hollanda - Os primeiros anos embala os LPs Chico Buarque de Hollanda (1966), Chico Buarque de Hollanda volume 2 (1967), Chico Buarque de Hollanda volume 3 (1968) e Chico Buarque de Hollanda na Itália (1969). Em 2006, a Som Livre editou box de título idêntico ao da caixa com edições em CD dos três primeiros álbuns do artista, omitindo o disco italiano que encerrou a fase (seminal) de Chico Buarque na RGE na segunda metade dos anos 1960.
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Vander Lee edita EP com (três) músicas do álbum que lançará em novembro
♪ Em 2013, Vander Lee anunciou com o EP 8 - editado com duas músicas então inéditas - seu oitavo álbum, Loa (Balaio / Radar Records), lançado em meados de 2014. Dois anos depois, o cantor, compositor e violonista mineiro repete a estratégia e lança o EP Vander Lee com três músicas do nono álbum do artista, previsto para ser lançado em novembro de 2015. Produzido e arranjado por Eneias Xavier, baixista e tecladista do disco, o EP apresenta duas músicas inéditas de autoria de Lee - Minha criança (faixa gravada com quarteto de cordas) e Nada por nada - e a regravação de Seu nome, composição de Lee lançada por Luiza Possi em 2006, mas até então nunca gravada pelo autor. O nono álbum do artista vai misturar músicas inéditas com regravações de sucessos autorais que Vander Lee até então tinha registrado somente em seus projetos ao vivo.
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Álbum solo de Juçara Marçal, 'Encarnado' sai em vinil com luva transparente
♪ Disco solo da cantora paulista Juçara Marçal lançado em fevereiro de 2014 por via independente, Encarnado - álbum mais impactante de 2014 - ganha edição em vinil fabricada em serigrafia com tiragem limitada de 300 cópias. Com vendas programadas para 4 de novembro de 2015 através da Goma Gringa Discos, ao custo de R$ 85, a edição em vinil de Encarnado ostenta uma capa transparente de PVC vermelho criada por Rubens Amatto. É nessa espécie de luva que foi impressa - em serigrafia de três cores - a arte criada por Kiko Dinucci para a capa original de Encarnado. Eis, na disposição do LP, as 12 músicas alinhadas na artesanal edição em vinil do álbum Encarnado:
Lado A
1. Velho amarelo (Rodrigo Campos, 2014)
2. Damião (Douglas Germano e Everaldo Ferreira da Silva, 2011)
3. Odoya (Juçara Marçal, 2014)
4. Ciranda do aborto (Kiko Dinucci, 2014)
5. Canção pra ninar Oxum (Douglas Germano, 2014)
6. João Carranca (Kiko Dinucci, 2014)
Lado B
1. Queimando a língua (Romulo Fróes e Alice Coutinho, 2014)
2. Pena mais que perfeita (Gui Amabis e Regis Damasceno, 2012)
3. E o Quico? (Itamar Assumpção, 1983)
4. Não tenha ódio no verão (Tom Zé, 2008)
5. A velha da capa preta (Siba Veloso, 2007)
6. Presente de casamento (Thiago França e Romulo Fróes, 2014)
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Paula Lima prepara 'Samba soul', EP digital que tem quatro músicas inéditas
♪ Paula Lima vai lançar nas plataformas digitais, neste último trimestre de 2015, o EP Samba soul. Produzido pelo percussionista carioca Pretinho da Serrinha, o EP apresenta quatro músicas inéditas. Uma das faixas é Fiu fiu, parceria de Pretinho da Serrinha com Gabriel Moura e Leandro Fab. Como o título do EP já explicita, Samba soulé disco voltado para o gênero que funde os dois ritmos musicais. Em seu último álbum, O samba é do bem (Radar Records, 2014), produzido por Leandro Sapucahy, a cantora paulistana caiu no samba de levada mais enraizada no quintal carioca.
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Trio de Bianca Gismonti vai da alegria ao lirismo no CD autoral 'Primeiro céu'
♪ Embora assinado pelo trio de Bianca Gismonti, formado pela pianista carioca com o baixista mato-grossense Antonio Porto e com o baterista e percussionista gaúcho Julio Falavigna, o álbum Primeiro céu - lançado em edição da gravadora Fina Flor neste mês de outubro de 2015 - pode ser ouvido como o segundo disco solo desta artista que também é cantora, compositora e atriz. Aberto por Olhos fechados, tema composto por Bianca para celebrar o baixista do trio e gravado no álbum em tons introspectivos, Primeiro céu sucede Sonhos de nascimento (Biscoito Fino, 2013), primeiro CD solo da pianista, metade do Duo Gisbranco, com o qual debutou no mercado fonográfico há sete anos com a edição do álbum Duo Gisbranco (Delira Música, 2008). Em Primeiro céu, o Bianca Gismonti Trio transita entre a vivacidade solar de Para Inês acordar sorrindo, a alegria jazzy de Folia e o lirismo de Cristal, tema composto pela artista em Garobapa, no litoral de Santa Catarina. Nascido como tema instrumental, o ijexá Dança, Mandela - composto sob o impacto da notícia da morte do líder africano Nelson Mandela (1918 - 2013) - ganhou posteriormente versos de Paulo César Pinheiro, tendo sido gravado em Primeiro céu com a letra do compositor e poeta carioca. Ainda dentro do terreno autoral, o disco apresenta Glaucia do samba - samba composto por Bianca para sua amiga Glaucia Nasser, cantora mineira radicada em São Paulo - e A luz sem o véu, tema gravado no disco com a adesão vocal de Jane Duboc. De lavra alheia, Primeiro céu apresenta apenas a releitura do afro-samba Água de beber (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1961).
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Voz sentimental da década de 1970, Cláudia Barroso sai de cena aos 83 anos
♪ Cláudia Barroso (23 de abril de 1932 - 9 de outubro de 2015) - a cantora e compositora mineira que saiu hoje de cena aos 83 anos em Fortaleza (CE), vítima de problemas respiratórios - foi uma das vozes da música sentimental rotulada como brega. Batizada Amélia Rocha Barroso quando veio ao mundo, na interiorana cidade de Pirapetinga (MG), a artista logo virou Cláudia Barroso quando começou sua carreira musical em 1957, de início cantando na noite. A cantora gravou seu primeiro disco em 1962, pela Odeon. Na sequência, contratada pela gravadora Fermata, lançou vários compactos com versões em português de sucessos estrangeiros. Mas o sucesso popular aconteceu mesmo para Cláudia Barroso a partir de 1971 quando ingressou na gravadora Continental e passou a dar voz a músicas de sua própria autoria, como A vida é mesmo assim e Quem mandou você errar, ambas lançadas em 1971. Em 1972, a cantora bisou o sucesso do ano anterior com a música Por Deus eu juro, lançada em LP e compacto. Cláudia Barroso viveu seu apogeu artístico e comercial ao longo dos anos 1970, gravando sucessivos álbuns pela Continental, quase todos batizados com seu nome artístico. Os títulos de músicas como Deixa meu marido em paz (Não perca seu tempo) - composição lançada pela cantora em disco de 1974 - já explicitam o tom direto e popular do repertório autoral da artista, voltado para crises conjugais e amores fracassados. A partir dos anos 1980, Cláudia Barroso passou a gravar discos com menos regularidade. Mas seu repertório e sua voz continuam vivos na memória do público que consumiu seus discos e músicas ao longo dos anos 1970.
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Disco com trilha de filme sobre Chico tem fonogramas de Moyseis e Péricles
♪ Cantor paulista projetado como vocalista do grupo de pagode Exaltasamba, posto que ocupou de 1986 a 2012 antes de sair em carreira solo, Péricles canta (muito bem) o samba Estação derradeira (Chico Buarque, 1987) em gravação feita para Chico- Artista brasileiro, filme em que o cineasta Miguel Faria Jr. foca a vida e a obra de Chico Buarque. Os registros inéditos de músicas do cantor e compositor carioca serão lançados em CD que a gravadora Biscoito Fino põe nas lojas em novembro de 2015, mês em que o filme entra em circuito nacional. A trilha sonora inclui fonogramas inéditos de Adriana Calcanhotto (dueto com Mart'nália no samba Biscate, lançado por Chico Buarque em 1993), Carminho (Sabiá, Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque, 1968), Laila Garin (Uma canção desnaturada, Chico Buarque 1979), Mônica Salmaso (Mar e lua, Chico Buarque, 1980), Moyseis Marques (Mambembe, Chico Buarque, 1972) e Ney Matogrosso (As Vitrines, Chico Buarque 1981). O próprio Chico Buarque participa da trilha sonora com registros inéditos de Sinhá - a parceria com João Bosco, gravada por Chico no seu último álbum de estúdio, lançado em 2011 - e de Paratodos, a música-título do álbum lançado pelo artista em 1993. Milton Nascimento também figura no disco.
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Bárbara Eugenia disponibiliza terceiro álbum solo, 'Frou frou', para download
♪ Pautado pelo cruzamento de referências da disco music brasileira com ecos da canção popular sentimental rotulada como brega, o terceiro álbum solo de Bárbara Eugenia, Frou frou, já está disponível para download gratuito no site oficial desta cantora e compositora fluminense radicada em São Paulo (SP). Lançado oficialmente em 6 de outubro de 2015, o disco - produzido por Eugenia com Clayton Martin e editado por vias independentes - alinha 13 músicas em seu repertório quase inteiramente autoral. A que abre o álbum com batida de disco music, Besta (Bárbara Eugenia, Clayton Martin, Davi Bernardo e Jesus Sanchez), já tinha sido posta em rotação na web em setembro. Inédita, Recomeçaré canção romântica composta pelo guitarrista Fernando Catatau, mas nunca gravada por seu grupo Cidadão Instigado. Recomeçar figura no repertório de Frou frou com sua veia romântica, mas sem deixar de evocar a dançante música pop brasileira dos anos 1970 em seu arranjo, assim como Vou ficar maluca, outra música do disco. Já Pra te atazanar ostenta dueto de Eugenia com Rafael Castro, cantor paulista que transita em universo musical similar ao habitado pela cantora. Já Ai, doeu! cita verso de Como uma onda (Lulu Santos e Nelson Motta, 1983) - "Tudo passa, tudo sempre passará" - enquanto Para curar o coraçãoé faixa que alinha na ficha técnica os nomes de Andrea Merkel, Andreia Dias, Blubell, Claudia Dorei e Naná Rizzini. Eugenia regrava Cama (Tatá Aeroplano, 2010) e apresenta parceria com Peri Pane em Ouvi dizer, música registrada no álbum Frou frou em dueto com seu partner na criação da composição.
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Vanusa lança - enfim - o álbum gravado desde 2013 com produção de Baleiro
♪ Com projeto gráfico assinado por Elifas Andreato, o álbum Vanusa Santos Flores - gravado desde 2013 pela cantora paulista Vanusa com produção de Zeca Baleiro - será, enfim, lançado neste mês de outubro de 2015 em edição da gravadora Saravá Discos distribuída via Canal 3. Iniciado em 2013 pelo cantor, compositor, músico e produtor maranhense, o disco foi somente retomado neste ano de 2015. Mas um EP com quatro faixas - as inéditas Mistérios (Zé Geraldo e Mário Marcos), Tapete da sala (Luiz Vagner, Antonio Luiz e Vanusa) e Era disso que eu tava falando (Renata Fausti e Mário Marcos), além da regravação de O silêncio dos inocentes (Zé Ramalho, 2002) - foi editado em maio de 2014 como aperitivo do álbum até então interrompido. No disco, que chega às plataformas digitais a partir de 23 de outubro e que sai dias antes em edição física em CD, Vanusa regrava Esperando aviões (Vander Lee, 2003), Traição - tema autoral que a artista lançou em seu último CD de músicas inéditas, Hino ao amor (Leblon Records, 1994) - e Haja o que houver (tema de Pedro Ayres Magalhães lançado pelo grupo português Madredeus em 1997). O repertório inclui Tudo aurora, parceria de Vanusa com Zeca Baleiro. O último álbum de Vanusa foi lançado em 1998, mas foi disco de regravações, feito no padrão econômico da série 20 Super Sucessos, da Polydisc.
1. Compasso (Angela Ro Ro e Ricardo McCord, 2006)
2. Abre aspas (Nô Stopa e Marcelo Bucoff, 2002)
3. O silêncio dos inocentes (Zé Ramalho, 2002)
4. Esperando aviões (Vander Lee, 2003)
5. Traição (Vanusa, 1994)
6. Era disso que eu tava falando (Renata Fausti e Mário Marcos, 2014)
7. Tapete da sala (Luiz Vagner, Antonio Luiz e Vanusa, 2014)
8. Haja o que houver (Pedro Ayres Magalhães, 1997)
9. Tudo aurora (Zeca Baleiro e Vanusa) - com Zeca Baleiro
10. Mistérios (Zé Geraldo e Mário Marcos, 2014)
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Projeto 'Sambabook' celebra em 2016 os 40 anos de carreira de Jorge Aragão
♪ O carioca Jorge Aragão vai ter seus 40 anos de carreira como compositor celebrados em 2016 pelo projeto Sambabook. Compositor lançado em 1976 na voz de Elza Soares, que gravou o samba Malandro (Jorge Aragão e Jotabê) no álbum Lição de vida (Tapecar, 1976), Aragão é o quinto nome reverenciado pelo projeto, engrossando lista de homenagens feitas - pela ordem cronológica - a João Nogueira (1941-2000), Martinho da Vila, Zeca Pagodinho e Ivone Lara. Saudado nos quintais pelo epíteto de O poeta do samba, pelo lirismo dos versos da vertente mais dolente de sua obra, Aragão emplacou ao longo dessas quatro décadas sucessos como Vou festejar (Jorge Aragão, Dida e Neoci, 1979), Logo agora (Jorge Aragão e Jotabê, 1979), Coisinha do pai (Jorge Aragão, Almir Guineto e Luiz Carlos Chuchu, 1979), Resto de esperança (Jorge Aragão e Dedé da Portela, 1980), Tendência (Ivone Lara e Jorge Aragão, 1981), Mutirão de amor (Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e Sombrinha, 1983), Enredo do meu samba (Jorge Aragão e Ivone Lara, 1984), Reflexão (Jorge Aragão e Luiz Carlos da Vila, 1984), Toque de malícia (Jorge Aragão, 1984), Coisa de pele (Jorge Aragão e Acyr Marques, 1986), Ontem (Jorge Aragão, 1988), Lucidez (Cleber Augusto e Jorge Aragão, 1991), Não sou mais disso (Zeca Pagodinho e Jorge Aragão, 1996) e Eu e você sempre (Jorge Aragão e Flávio Cardoso, 2000), entre outras pérolas do pagode que serão regravadas no quinto volume do projeto Sambabook por intérpretes selecionados no universo do samba e da MPB.
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Sai DVD com edição do programa 'Sai do chão' comandada por Victor & Leo
♪ Programa musical exibido pela TV Globo no verão deste ano de 2015 e pautado pelo revezamento de apresentadores, Sai do chão tem lançada em DVD a edição comandada pela dupla sertaneja Victor & Leo em 11 de janeiro. O DVD chega ao mercado fonográfico na segunda quinzena deste mês de outubro de 2015, em edição da Som Livre, gravadora pertencente às Organizações Globo. No programa, a dupla canta alguns de seus sucessos - Deus e eu no sertão, Fada e Tudo com você, entre eles - e recebe convidados como a banda Malta, o cantor Wesley Safadão, a cantora Lucyana e as duplas Jorge & Mateus e Milionário & José Rico em números musicais. DVD exibe 16 números.
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Alceu faz no Recife o registro ao vivo do show em que reaviva álbum 'Vivo!'
♪A IMAGEM DO SOM - Postada por Alceu Valença em sua página oficial no Facebook, a foto de Toinho Melcop flagra o cantor e compositor pernambucano no palco do Teatro de Santa Isabel, no Recife (PE), na gravação ao vivo de Vivo!Revivo! - show em que o artista reaviva um de seus álbuns mais roqueiros, elétricos e psicodélicos, Vivo!, lançado em 1976 pela gravadora Som Livre. Feito por Alceu com o mesmo figurino do show original, em dois shows apresentados em 8 de outubro (para convidados) e 9 de outubro de 2015 (para público pagante), o registro ao vivo do espetáculo vai ser lançado em 2016, ano em que o lançamento do disco completa 40 anos. Além do repertório de Vivo!, o cantor deu voz no roteiro autoral a músicas dos álbuns Molhado de suor (Som Livre, 1974) - caso de Papagaio do futuro, composição que Alceu apresentou publicamente em festival de 1972 - e Espelho cristalino (Som Livre, 1977). O show percorre o Brasil desde 2012.
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Título do álbum autoral de Daniela é extraído de verso da letra de 'Rainha má'
♪Vinil virtual - expressão extraída de verso da letra de A rainha do axé (A rainha má), música de Daniela Mercury lançada pela artista na web em novembro de 2014 - é o título do álbum de repertório inteiramente autoral que a cantora e compositora baiana planeja lançar ainda neste ano de 2015. Em vinil virtual, Daniela - em foto de Célia Santos - registra músicas de sua lavra como Alegria e lamento (samba-reggae gravado com a percussão de Márcio Victor, vocalista do grupo baiano Psirico), De Deus, de Alah, de Gilberto Gil (música composta em homenagem ao cantor, compositor e músico baiano Gilberto Gil), Maria, casaria (poema de Malu Verçosa musicado por Daniela) e Tô samba da vida - além é, claro, de A rainha do axé (A rainha má), a música que contém em sua longa letra o título do álbum Vinil virtual, 15º título da discografia solo da artista.
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Trilha de Claudio Lins e a direção de João Fonseca acertam os tons do 'Beijo'
Resenha de musical
Título:O beijo no asfalto- O musical
Texto: Nelson Rodrigues
Direção: João Fonseca
Trilha sonora original: Claudio Lins
Direção musical: Délia Fischer
Elenco: Claudio Lins, Laila Garin, Gracindo Jr., Thelmo
Fernandes, Yasmin Gomlevsky,Claudio Tovar,
Jorge Maya, Janaína Azevedo e outros
Foto: Renato Pagliacci
Cotação: * * * *♪ Musical em cartaz no Teatro Sesc Ginástico, no Rio de Janeiro (RJ), de quinta-feira a domingo, até 8 de novembro de 2015
♪ Temporada programada no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro (RJ), de 12 de novembro a 13 de dezembro de 2015
♪ Os textos escritos para teatro pelo jornalista e dramaturgo pernambucano - de criação carioca - Nelson Rodrigues (1912 - 1980) têm uma musicalidade própria, construída através do ritmo ágil dos diálogos. Grande peça escrita em 1960 e encenada pela primeira vez em 1961, O beijo no asfalto exemplificou a habilidade do escritor para orquestrar uma trama em que cada nota - ou cena - contribui para a harmonia da peça. Por isso mesmo, a ideia de acrescentar música ao texto de O beijo no asfalto - projeto arquitetado desde 2009 pelo ator, cantor e compositor carioca Claudio Lins - seria, em tese, no mínimo arriscada. Mas, no caso, valeu correr os riscos. O resultado da encenação de O beijo no asfalto- O musical, espetáculo que debutou na cena do Rio de Janeiro (RJ) neste mês de outubro de 2015, é exemplar. Aliada à direção de João Fonseca, encenador que já mostrou domínio do universo rodriguiano em montagens anteriores, a trilha sonora original de Claudio Lins acerta o tom do texto de Nelson e amplifica o sentido e a musicalidade já contida nos diálogos. É provável que nenhuma das canções compostas por Lins tenha vida útil fora da cena. Contudo, usada em cena, a música original serve à montagem com perfeição e contribui para o andamento da ação. Ou seja, nasce um compositor de música de teatro - gênero que tem suas especificidades. Além de ser o produtor e o protagonista da peça, desempenhando bem o papel de Arandir, em torno do qual se arma o jogo sórdido da trama, Lins solta a voz em temas como O beijo no asfalto e Cúmplices, número feito em dueto com a atriz e cantora Laila Garin, intérprete de Selminha, a mulher de Arandir, peça importante no tabuleiro das emoções orquestradas por Nelson com engenhosidade. Projetada no meio teatral ao encarnar convincentemente Elis Regina (1945 - 1982) em recente musical sobre a cantora gaúcha, Garin se confirma grande atriz na encenação de O beijo no asfalto- O musical. No início, a Selminha de Garin é a típica mulher suburbana do carioca mundo rodriguiano. À medida que a ação avança e o jogo vira cada vez mais contra Arandir, Selminha se desarma, dando chance a Garin de adensar sua interpretação em sintonia com a música. É de Garin a pungente interpretação de A noite do meu bem (Dolores Duran, 1959), único número musical do roteiro que abre mão da trilha de Lins. A propósito, ao longo dos dois atos do espetáculo, o compositor costura sua trilha original - criada com referências da música produzida no Brasil em 1960 - com citações de músicas alheias. Samba-canção lançado em disco em 1960, ano em que Nelson Rodrigues escreveu O beijo no asfalto, Negue (Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos) é citado em Cúmplices. Do ponto de vista rítmico, a trilha de Lins é bem diversificada, indo além da canção e do samba-canção. Há sambas, marchas - Baile dos canalhas ilustra bem o cinismo que rege as presenças de policiais e jornalistas na trama - e até um tango, Não foi o primeiro beijo, número protagonizado pela atriz Janaína Azevedo, intérprete da venenosa vizinha Dona Matilde. O tango incorpora citação de Solidão (1958), outro tema da compositora carioca Dolores Duran (1930 - 1950), nome recorrente na trilha do espetáculo, assim como o compositor também carioca Miguel Gustavo (1922 - 1972), autor de Jornal da morte (1961), samba citado em Sou porco sim, música solada por Thelmo Fernandes, ator que valoriza a encenação com sua interpretação sagaz do repórter Amado Ribeiro. Em fina sintonia, Thelmo e Cláudio Tovar - intérprete do delegado Cunha - aproveitam cada uma de suas falas para evidenciar o sarcasmo e a hipocrisia que regem os tons de suas reptilianas personagens. Já Jorge Maya aciona com segurança a chave cômica que abre o riso da plateia a cada intervenção de Aruba, personagem que gravita no núcleo policial da trama. Enfim, com elenco afinado (que ainda destaca a atuação firme de Gracindo Jr. como o sogro de Arandir, Aprígio, enrustido solista de Alguém), a primeira versão musical de O beijo no asfalto se impõe pelo conjunto espetacular da obra (o texto, a direção de João Fonseca, o elenco e a trilha de Claudio Lins) como ótima opção para espectadores já cansados dos andamentos lineares dos musicais que biografam ídolos da canção popular.O beijo no asfalto - O musical segue o seu próprio ritmo sem trair a musicalidade vivaz do texto original.
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Dupla Patati Patatá está no DVD que exibe musical com Bananas de Pijamas
♪ Dupla paulistana de palhaços formada em 1985, Patati Patatá participa do DVD que exibe show musical com as personagens do desenho Bananas de Pijamas. Distribuído pela Universal Music, que assinou contrato com o selo Rinaldi Produções neste ano de 2015 para editar os discos associados ao desenho animado, o DVD BananasdePijamasMusicalexibe show da dupla de bananas chamadas B1 e e B2. Bananas de Pijamas é uma série infantil de TV, criada na Austrália em 1992 e popularizada no Brasil desde que os desenhos foram exibidos no país pela emissora de TV SBT a partir de 1997. Aliás, nos extras do DVD, aposta da Universal Music para o Dia das Crianças, há três episódios do desenho - além de galeria de fotos e karaokê. Produto sai também no formato de CD.
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Universal Music lança o volume 2 do projeto infantil 'Turminha do Animazoo'
♪ Além de coletâneas audiovisuais produzidas com animações criadas para antigas gravações de MPB disponíveis em seu acervo, a gravadora Universal Music lança o volume 2 do projeto infantil Turminha do Animazoo. Como já vem exposto na capa do DVD que exibe clipes animados das músicas do quinteto formado pelos animaizinhos Caio, Danda, Kako, Léo e Rafa, nove das 14 músicas do atual repertório (de tom educativo) são inéditas. Ao contrário do primeiro volume, calcado em clássicos do cancioneiro infantil, o repertório do DVD Turminha do Animazoovol. 2é basicamente autoral (composto pelos criadores do projeto) e inédito, apresentando músicas como A hora do banho,O som do coração, Brincadeiras de criança e O mistério da zebrinha, entre outras.
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